GENTIANACEAE

Prepusa alata Porto & Brade

Como citar:

Eduardo Fernandez; Luiz Santos Filho. 2017. Prepusa alata (GENTIANACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

CR

EOO:

0,002 Km2

AOO:

8,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica da Serra do Desengano, no extremo norte da Serra do Mar fluminense, com ocorrência em duas localidades situadas: na Pedra das Flores (S. Lima 185) e Pedra do Desengano (C. Farney 1195). Foi registrada em altitudes que variam entre 1400 m e 1800 m (Calió et al., 2008; Fraga et al., 2014; BFG, 2015).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Luiz Santos Filho
Critério: B2ab(ii,iii,v)
Categoria: CR
Justificativa:

Erva saxícola que ocorre exclusivamente em Campos de Altitude e afloramentos rochosos. Com base nos registros de coleta desse táxon, estima-se que possua ao menos duas subpopulações confirmadas (Pedra do Desengano e Pedra das Flores), ambas situadas dentro dos limites do Parque Estadual do Desengano, no extremo norte da Serra do Mar fluminense. Apresenta distribuição muito restrita com AOO=8 km² e está sujeita a uma situação de ameaça, considerando o aumento na intensidade e frequência de queimadas que incidem diretamente sobre os Campos de Altitude e áreas adjacentes (Aximoff e Rodrigues, 2011). O ecoturismo também representa uma ameaça à espécie nas localidades, tendo em vista os efeitos ainda que indiretos do aumento no número de visitantes na área da UC (Fernandez e Guimarães, com. pess.). A coleta de indivíduos adultos é uma ameaça, pois a população se desenvolve na beira da trilha e é muito bonita e vistosa (C. Baez com. pess.). Com base nas ameaças incidentes, estima-se um declínio contínuo de AOO, da qualidade do hábitat e do número de indivíduos maduros. Portanto, são recomendados estudos específicos a fim de se localizar novas subpopulações desse raro táxon, além de estudos sobre sua biologia reprodutiva e genética de populações que permitam estabelecer medidas de conservação específicas para a espécie.

Último avistamento: 2016
Quantidade de locations: 1
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

A espécie foi descrita originalmente na obra Arq. Inst. Biol. Veg. 1(3): 222. 1935. Forma um clado bem definido ao lado de suas congêneres P. hookeriana e P. connata; o epíteto é uma referência direta a seus cálices alados, característica diagnóstica da espécie (Calío et al., 2008; Fraga et al., 2014). É uma planta que se caracteriza especialmente pelas folhas levemente concrescidas na base e cálices avermelhados e alados (Calio et al., 2008; Guimarães, com. pess.).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Número de subpopulações: circa • 2
Detalhes: Com base nos registros de coleta desta táxon, estima-se que P. alata possua ao menos 2 subpopulações confirmadas (Pedra do Desengano e Pedra das Flores), ambas situadas dentro dos limites do Parque Estadual do Desengano.

Ecologia:

Substrato: saxicolous
Forma de vida: herb
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Campo de Altitude, Vegetação sobre afloramentos rochosos
Fitofisionomia: Afloramento Rochoso, Campos de Altitude, Refúgios Ecológicos Alto-montanos
Habitats: 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude Grassland, 6 Rocky Areas [e.g. inland cliffs, mountain peaks]
Detalhes: Erva saxícola, heliófila, a espécie ocorre preferencialmente nos Campos de Altitude e Afloramentos Rochosos da Serra do Desengano, Norte do estado do Rio de Janeiro (Calió et al., 2008).
Referências:
  1. Calió, M.F., Pirani, J.R., Struwe, L. 2008. Morphology-based phylogeny and revision of Prepusa and Senaea (Gentianaceae: Helieae)— rare endemics from eastern Brazil. Kew Bulletin. 63: 169–191.

Reprodução:

Detalhes: Espécimes foram encontrados com flores entre os meses de setembro e outubro e também em março (Calió et al., 2008).
Fenologia: flowering (Sep~Mar)
Estratégia: unknown
Sistema: unkown

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat past,present,future local high
A grande incidência de focos de incêndio nos Campos de Altitude do estado do Rio de Janeiro tem sua origem principalmente nas atividades agropastoris que muitos proprietários rurais praticam para sua subsistencia; usualmente , suas propriedades estao inseridas em áreas campestres contíguas aos Campos de Altitude, e o metodo da queima empregado para o manejo aumenta o risco de incidencia de focos de incendio para fora de suas propriedades, atingindo frequentemente áreas protegidas (Aximoff, 2011), como o Parque Estadual do Desengano.
Referências:
  1. Aximoff, I., Rodrigues, R. C. 2011. Histórico dos Incêndios Florestais no Parque Nacional do Itatiaia. Ciência Florestal, v. 21, n,1, p.83-92
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3 Indirect ecosystem effects 1.3 Tourism & recreation areas habitat present,future local low
Apesar de ter sido o primeiro parque estadual criado no estado do Rio de Janeiro, suas trilhas começaram a ser frequentadas a relativamente pouco tempo por montanhistas e escaladores; porém, com o aumento da visitação, é preciso regulamentar a visitação e fiscalizar aprorpriadamente as atividades ecoturisticas dentro desta unidade, que abriga diversas espécies ameaçadas de extinção, como P. alata (Fernandez e Guimarães, com. pess.).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2 Species stresses 5.2.2 Unintentional effects (species being assessed is not the target) mature individuals past,present,future local medium
A espécie está muito mais ameaçada pela coleta, pois a população está bem na beira da trilha e é muito bonita e vistosa a espécies (C. Baez com. pess.).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie ocorre dentro dos limites do Parque Estadual do Desengano (Calió et al., 2008; Fraga et al., 2014).
Referências:
  1. Calió, M.F., Pirani, J.R., Struwe, L. 2008. Morphology-based phylogeny and revision of Prepusa and Senaea (Gentianaceae: Helieae)— rare endemics from eastern Brazil. Kew Bulletin. 63: 169–191.
  2. Fraga, C.N., Fontana, A.P., Kollmann, L.J.C. 2014. A new species of Prepusa (Helieae, Gentianaceae) from the Brazilian Atlantic Forest, with an emended key for the genus. Phytotaxa 163 (5): 287–294